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sexta-feira, 26 de junho de 2009

A mudança...

Sempre fui avesso a processos de mudança. Como tal a ideia de ter de reconstruir o meu mundo emocional assusta-me, como, acredito, assustará muito boa gente.

A verdade é que não estava preparado para o que aconteceu e ainda estou, passados 10 dias, a tentar sair do escuro para olhar novamente para o que o futuro me reserva. Deixei de ter muitas certezas que tomava como absolutas.

Foi-me tirado o pilar no qual sustentava o meu projecto de vida, e a revolução que tal implica é avassaladora a todos os níveis. No plano emocional fiquei, honestamente falando, completamente em cacos, e levarei o meu belo tempo a recompor-me. Ao nível das rotinas diárias, do dia-a-dia, foi uma volta de 180º, que me obriga a reaprender a lidar com situações com que já não lidava há muito tempo (chegar a casa e estar sozinho, não lhe ligar para falarmos ao fim de semana, não falar com ela antes de adormecer...tanta, tanta coisa), assim como a não esperar o apoio especial de que dispunha.

Dito assim parece egoísmo, eu sei, quase como se sentisse falta da pessoa que Amo porque podia sempre depender dela. A falta que sinto de a poder ajudar é também muito forte. Mais do que receber ajuda, sinto falta de a poder ajudar, de a poder ouvir, de a poder confortar. Não poder dar o Amor que ainda tenho a quem quero é devastador. Saber que nunca o voltarei a receber de volta, e que estaria a magoar a pessoa pela minha presença e insistência em ser Amado.. não há palavras.

Pelo respeito que lhe tenho e sempre tive, por saber que tomou a decisão correcta ao impedir o prolongar de uma situação que se tornaria incomportável, abri mão de tudo. Sem lutar. Sem birras, sem pedidos de "mais uma hipótese" ou perseguições incessantes, por mais de surpresa que fosse apanhado. E fui... se fui. (quando não queremos não vemos um elefante à frente do nariz)

Não faz parte de mim. Não fez parte de nós. Essa atitude seria indigna do que tivemos.

Que remédio, pensará quem me lê... Sim, que remédio. É óbvio que não podemos forçar outra pessoa a voltar a Amar-nos. Mas não se torna menos difícil apenas por ser inescapável.

No entanto, entre momentos de angústia e de saudade, de raiva (nunca pela pessoa, sempre pelo que nos aconteceu) e de desespero, surgem-me pequenos lampejos de clareza. Essa clareza traz-me as únicas certezas que ainda subsistem: estou aqui, estou vivo, respiro, tenho família e bons amigos, sou forte, saudável e inteligente, tudo o que é necessário para sair por cima disto.

E nada, nada, NADA, nem mesmo aquele que é, certamente, o momento mais triste da minha (curta) vida, me vai deitar abaixo. Sairei mais forte desta situação. Melhor pessoa, melhor filho, melhor irmão, melhor amigo e amante.

E se porventura a encontrar de novo, nas ruas e vielas da vida, poderá olhar para mim com orgulho de ter namorado com alguém assim, e eu para ela com o carinho que sempre lhe votarei, mesmo quando o meu Amor se apagar. Foi mais do que uma história de Amor. Foi um processo de mudança, e talvez o único que não temia.

É pena que tenha acabado, mas como dizem os Xutos (e o senhor Emídio aos berros no Karaoke), "O passado foi lá atrás".

Homem da Faina Out

2 comentários:

Beafidus disse...

(quando não queremos não vemos um elefante à frente do nariz)... bolas, tu não és muito alto, mas ela era assim tão alta? jogava basquetebol? :P abração, é sempre verdade a máxima tida como "banal": o que não nos mata, torna-nos mais fortes! :))) tu sabes ;P

Homem da faina disse...

lol eu sei..

Muito longe! eheheheh